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Recursos antidepressivos




Vinícius Lima Lousada[1]

A depressão é doença do Espírito, e no Espírito deve ser tratada. - Joanna de Ângelis[2]

Trazemos, nos arcanos do ser, os conteúdos perturbadores constituídos nas atitudes de não-observância da ética cósmica em experiências corpóreas anteriores e não diluídas ainda na prática reparadora do bem.

Energeticamente, essa gama de informações espirituais incide sobre o períspirito, definindo ou não a predisposição orgânica para a depressão, bem como mecanismos limitadores da organização biológica de acordo com os complexos de culpa que a individualidade carrega consigo, no processo de reencarnação.

Em suas causas físicas, os estudos remetem a fatores genéticos e neuroquímicos ou cerebrais, cuja ascendência o Espiritismo nos revela estar no ser espiritual que somos cujo estado enfermiço se projeta sobre o corpo somático ensejando a compreensão de que, sob o prisma espiritual, não há doenças e sim doentes.

A depressão também pode estar associada a perdas, de forma reativa, ou ao apego às coisas, pessoas ou circunstâncias. Contudo, a matriz desencadeadora da depressão está na rebeldia do Espírito que não admite a desobediência da vida em relação aos ditames de suas ilusões acalentadas pelo Ego.

Em conformidade com os estudos do Dr. Alírio Cerqueira Filho[3], eminente psicoterapeuta, a depressão é uma doença do Espírito cuja marca é o estado de tristeza ou vazio gerando incapacidade do indivíduo fruir prazer na vida, produzindo insatisfação, capaz de apresentar junto dessas características o desejo, ainda que velado, de morte.

Essa enfermidade pode se apresentar em três níveis. No primeiro nível, o leve, a depressão não chega a interferir na rotina do indivíduo, mas, tudo o que realiza parece-lhe um sacrifício. No nível moderado há um comprometimento nas realizações do paciente, o qual enfrenta grandes dificuldades de sentir-se bem, tornando-se insatisfeito com aquilo que antes o plenificava. Já o estágio grave se caracteriza como grande limitador, o indivíduo abandona seus compromissos e, isolado ou fechado em si mesmo, prostra-se e demonstra um profundo desgosto pela vida.

Como a depressão tem cura, ao serem identificados os seus sintomas, deve-se imediatamente buscar o auxílio médico ou psicoterapêutico especializado para evitar que o transtorno alcance um estágio de gravidade de difícil solução.

Na sua superação o apoio do grupo familiar é fundamental devendo envolver o depressivo em profundo amor e colaborar para que ele siga a terapia na sua totalidade.

O psicólogo baiano Adenauer Novaes afirma que há “um potencial de cura em todo ser humano”[4] e, para alcançá-lo, é preciso conectar-se ao Self para mobilizarmos as energias em favor de nosso crescimento espiritual.

Todavia, é oportuno que, antes da enfermidade se instalar, busquemos, apoiados na Doutrina Espírita, os recursos antidepressivos ao nosso alcance. Entre esses estão: o autoconhecimento, o autoamor, a meditação, a prece, a ação no bem – no dever e na caridade.

Caminhar para o autoencontro é indispensável para entender a razão mais profunda da constância da tristeza na alma a fim de mudar o teu estado mental, identificando os valores dignos de nota que trazes, cujo reconhecimento faculta melhor autoestima e autoamor materializado no cuidado contigo como ser integral.

A prática da meditação permite reconhecer o significado promissor da tua reencarnação tendo em vista o propósito que trazes em ser feliz. Medita sempre e farás felizes escolhas e apreciações acertadas sobre os desafios, edificando em ti o consentimento da razão e do coração às aprendizagens que te são necessárias.

Ora constantemente, alteando as tuas ondas mentais, articulando-te com a assistência dos Bons Espíritos que te amam e, em nome de Deus, te amparam sempre, mesmo que não te apercebas disto. E age no bem, seja no cumprimento dos teus deveres em que te cabe oferecer a melhor parte de ti, seja na caridade, em que o teu coração renovado deve estar presente.

Abre a janela da tua alma, meu irmão, deixa as claridades de Jesus – Sublime Estrela – iluminar o teu ambiente íntimo. Então, nas horas de luta, silencia e escuta o Cristo que te diz: “tenho vos falado essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria se cumpra”.[5]

ESTUDANDO KARDEC:

“O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena. Tanto mais sofre ele, quanto mais longa se lhe afigura a duração do sofrimento. Ora, aquele que a encara pelo prisma da vida espiritual apanha, num golpe de vista, a vida corpórea. Ele a vê como um ponto no infinito, compreende-lhe a curteza e reconhece que esse penoso momento terá presto passado. A certeza de um próximo futuro mais ditoso o sustenta e anima e, longe de se queixar, agradece ao Céu as dores que o fazem avançar. Contrariamente, para aquele que apenas vê a vida corpórea, interminável lhe parece esta, e a dor o oprime com todo o seu peso. Daquela maneira de considerar a vida, resulta ser diminuída a importância das coisas deste mundo, e sentir-se compelido o homem a moderar seus desejos, a contentar-se com a sua posição, sem invejar a dos outros, a receber atenuada a impressão dos reveses e das decepções que experimente. Daí tira ele uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo quanto à da alma, ao passo que, com a inveja, o ciúme e a ambição, voluntariamente se condena à tortura e aumenta as misérias e as angústias da sua curta existência. – Allan Kardec[6]

Referências: [1] Diretor da Área de Formação de Lideranças Espíritas - FERGS. [2] FRANCO, Divaldo P. Entrega-te a Deus. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Catanduva: Intervidas, 2010, p. 58. [3] CERQUEIRA FILHO, Alírio. Cura espiritual da depressão. Santo André, SP: EBM, 2006. [4] NOVAES, Adenáuer Marcos Ferraz de. Alquimia do Amor: depressão, cura e espiritualidade. Salvador: Fundação Lar Harmonia, 2004, p. 160. [5] João 15:11. [6] O evangelho segundo o espiritismo, cap. V, item 13.

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