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No aprendizado da calma




Vinícius Lima Lousada (1)


Sabendo que está num lugar temporário, e não definitivo, o homem encara as preocupações da vida com mais indiferença, resultando-lhe daí uma calma de espírito que abranda as suas amarguras. - Allan Kardec (2)


Somos uma sociedade de pessoas hiperconectadas e profundamente solitárias, salvo as exceções de indivíduos que vem redescobrindo o valor da solidariedade e da convivência salutar, construindo coletivamente momentos de profunda significação para a alma.

Uma das enfermidades de nossa época, que assume um caráter global, é a ansiedade que está sobejamente pesquisada pelos estudiosos do campo da saúde mental e vem preocupando inclusive educadores, considerando-se as aflições que outrora não eram identificadas junto às crianças, bem como o sofrimento psíquico que se acerca das juventudes.

Reconhecemo-nos matriculados em lógicas de produção material e intelectual exaustivas em nome de alguma coisa que, frente ao sofrimento gerado e naturalizado, tem levado multidões a experiências de frustração ou de aquisição de doenças mentais, incapacitando muitos ao trabalho ou deixando marcas indeléveis em sua vida emocional, permitindo-nos identificar as consequências negativas desta situação para o desenvolvimento harmônico das potencialidades humanas e, também, para as organizações e sociedade em geral.

Caso você se perceba aflito, demasiado ansioso por conta de alguma questão que cerca constantemente os seus pensamentos, é bom que busque os recursos médicos e terapêuticos ao seu alcance. Os benfeitores das Ciências da Saúde se encontram na Terra para este serviço mesmo, nos socorramos deles.

Todavia, considera que o ser humano não é somente a máquina corporal visível e, sim um ser trino, como apontou Allan Kardec, integralizado nas dimensões Espírito, perispírito e corpo. Portanto, ante as circunstâncias que lhe afligem e a dificuldade de estabelecer tranquilidade em seu mundo emocional, recorra aos recursos da espiritualidade nas configurações às quais seja afeiçoado. 

Lembre-se que a religião pode ser situada no campo da crença e suas instituições, já a espiritualidade se institui na transcendência e nas vivências dos valores cujo objetivo fundamental é a iluminação do Ser Integral.

No quadro geral de aflições que se manifestam no mundo, reconheça a necessidade de fazer o bem como recurso sanador da sua e das dores de quem sofre mais do que você mesmo, ressaltando nas atitudes o valor da compaixão para a pacificação das almas aturdidas, mas não esqueça que estas dores não correm à revelia da misericordiosa Justiça Divina. Faça o que puder, mas aceite seus limites e com eles conviva em paz.

Procure se asserenar no recurso da prece, desenvolva alguma calma para a alma na meditação produzida em momentos de total quietude ou na contemplação da natureza, ou quem sabe ainda, nos serviços da caridade que não deixam de ser uma forma de meditação ativa.

Corrija hábitos ruins e desenvolva outros melhores. 

Fale e aja com calma. 

Caminhe para bem pensar.

Dialogue para aprender as perspectivas dos amigos sobre os temas presentes na pauta de suas vidas.

Ajuste-se ao hábito da leitura edificante e da oração operante, destinando alguns minutos do seu dia à própria espiritualização e ao desenvolvimento de alguma calmaria em seu oceano interior.

Não nos permitamos afligir em demasia, em tudo consideremos o ponto de vista da vida futura.


Referências:

1 Vice-Presidente de Unificação da Fergs.

2 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. FEB Publisher. Edição do Kindle., cap. II, item 5.

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