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Nanismo e inclusão




Sonia Hoffmann


Diversas são as hipóteses espirituais de explicação para a ocorrência do nanismo, mas elas não são conclusivas ou rigidamente fixadas. Porém, pode-se dizer que ele seja consequente da aplicação da Lei Divina, pela causa-efeito ou por aspecto de missão mesmo porque muitas famílias e grupos não se ocupam com alguma diferença quando esta não está próxima e precisam, por isto, de um despertamento. Almas abnegadas, então, se submetem a apresentar algum mecanismo marcante justamente para que estas pessoas se conscientizem da importância da fraternidade, solidariedade e tolerância para além do seu círculo.

Entretanto, na dimensão científica, é possível a afirmativa dele ser uma deficiência no crescimento dos membros inferiores e superiores, afetando homens e mulheres e resulta em uma pessoa com baixa estatura se comparada com a média da população de mesma idade e sexo. Existem mais de quatrocentos tipos de nanismo e a pessoa pode apresentar agravos de saúde associadas à sua baixa estatura. No Brasil, figura no rol das deficiências físicas conforme art. 4º do Decreto nº 3.

A nomenclatura usada é pessoa com nanismo (PCN) e não mais utiliza-se a expressão 'anão', por ser pejorativa e trazer uma carga de efeitos sociais e emocionais porque Alguém nesta condição, além de enfrentar o preconceito e a discriminação, precisa cotidianamente contornar as dificuldades de acesso em ambientes preparados para receber e atender pessoas mais altas.

Assim, esta pessoa necessita, muitas vezes, de auxílio e acolhimento, sendo, por tal razão, mais outra abordagem feita pelo processo de inclusão e acessibilidades, pois torna-se mais do que importante e necessária a Preservação da autonomia e independência de alguém - seja na facilitação de acesso quanto na participação ativa de atividades da sociedade.

Para estas conquistas, é imprescindível adoção de atitudes solidárias e ações ergonômicas, as quais nem sempre exigem gastos financeiros excessivos e sim a criação de soluções e intervenções práticas e integradas ao ambiente comum de uma instituição, domicílio e os mais variados espaços sociais, culturais e acadêmicos.

Um ambiente construído deve proporcionar conforto e segurança ao seu usuário e, para alcançar tais pontos, é fundamental que este ambiente seja projetado de modo a atender as demandas presentes para a execução de uma atividade ou ação, considerando assim as características das pessoas que irão viver e participar neste ambiente, reduzindo ao máximo as dificuldades e as limitações de uso. Um ambiente projetado sem considerar os princípios da ergonomia pode formar barreiras para as pessoas com deficiência física, incluindo aquelas com nanismo. Como geralmente os ambientes são projetados considerando a pessoa Média, alguém com Nanismo sente-se em um "mundo de gigantes" e encontra diversas dificuldades para interagir ou usufruir e executar algumas tarefas por não serem respeitadas suas necessidades motoras e psíquicas. Então, um ambiente deve ser construído com acessibilidade espacial de maneira que possibilite a pessoa se deslocar ou movimentar-se com facilidade e sem impedimentos.

Como recomendações de acessibilidades a este público, indicam-se desde simples adequações que poderão ser feitas nas edificações e nos mobiliários até a estruturação de nova arquitetura. Algumas adequações podem ser feitas conforme a NBR 9050 e outras de acordo com a especificidade do participante. No entanto, sugere-se que estas acessibilidades já iniciem na própria calçada em frente ao Centro Espírita: esta calçada deve ter um rebaixamento no meio-fio ou, então, elevação de uma instituição do pavimento da rua, adoção de rampa acessível conforme NBR 9050. Se houver interfone no portão de entrada, a sua altura de instalação deve ser feita a 100 cm do piso, conforme altura média recomendada pela NBR 9050. A Maçaneta do portão e das portas em alavanca são colocadas na altura de 80 cm do piso (de acordo com altura mínima indicada pela NBR 9050) ou abertura com uso de corrente adaptada na maçaneta.

Na circulação interna, pelo menos uma rota de acesso aos ambientes (salas e auditório) deve ser acessível, com uso de rampas. Todas as rampas e escadas existentes deverão ter corrimão com duas alturas seguindo recomendação da NBR 9050.

O balcão de recepção precisa ter duas alturas, sendo o mais baixo correspondente a 75 cm. Cadeiras incluindo o encosto e mesa (e outros mobiliários) devem ter diferentes alturas (ou possibilidade de ajustamento) para atender as pessoas de todas as estaturas. Placas indicativas para orientar escadas, rampas e elevador também precisam ser adequadas em sua colocação para melhor visualização por todos. Se as portas das salas tiverem visor, estes precisam ser dispostos verticalmente.

Nos banheiros, o vaso sanitário, pia (com torneira alavanca ou de pressão colocada lateralmente na cuba, saboneteira, cabide e acessório do papel devem estar em altura adequada para atendimento de pessoas com nanismo. O espelho fica inclinado para melhor visibilidade e permite ampliar o ângulo visual de pessoas muito baixas.

Na biblioteca, as prateleiras devem ter uma disposição com altura (ou com ajustes) que permita o alcance dos livros. No auditório, pelo menos uma circulação deverá ser com rampa, a cadeira adaptada com patamar mais elevado para criança/pessoa com nanismo disposta próximo ao corredor e à rampa. Rampa também é indicada para acesso ao palco, conforme exigência da NBR 9050.

O bebedouro, se houver, é colocado com torneira alavanca instalada em 80 cm do piso.

Quando não é possível fazer ajustamentos (como prateleiras e outros mobiliários), uma adaptação de rampa ou escada de embutir pode ser utilizada, mas é importante que seja segura e com material antiderrapante e de fácil manuseio.

O fundamental é o entendimento da existência de diferenças e estas são colocadas como aprendizagem para nossa evolução moral e intelectual. Portanto, saibamos aproveitar a oportunidade inclusiva e formar uma sociedade mais justa e acessível!


Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 4 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. Versão corrigida 2021.

INSTITUTO NACIONAL DE NANISMO. Goiânia, 2022. Disponível em: https://institutonacionaldenanismo.com.br/sobre/

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