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Orientações preliminares na recepção da pessoa com deficiência visual no centro espírita



Sonia Hoffmann


A chegada da pessoa com deficiência no Centro Espírita pode trazer aos seus trabalhadores, sem o conhecimento de procedimentos e estratégias de acessibilidades, algumas dúvidas e até mesmo certo desconforto.

O setor de recepção do Centro Espírita é geralmente o primeiro contato feito e, por tal motivo, existe grande importância de a pessoa dedicada a esta tarefa preparar-se previamente para desenvolver com tranquilidade e êxito o acolhimento de todos.

A qualidade da atitude como alguém é recepcionado e orientado representa a porta de entrada, mas também a de saída quando esta pessoa se sente constrangida, insegura e com suas necessidades desatendidas.

Sendo assim, a identificação da modalidade de deficiência é fundamental para que o trabalhador adote as melhores posturas e mantenha um clima de bem-estar.

Relativamente à pessoa com deficiência visual, é prioritária a observação quanto a ela ser cega ou ter baixa visão. O fato dela estar utilizando óculos e bengala, não significa necessariamente que sua acuidade visual está totalmente alterada. Então, não espere que seja ela quem tome a iniciativa de iniciar a conversação. Dirija-se diretamente à pessoa tocando de leve em sua mão, braço ou ombro, identificando-se. Talvez isto não seja mais necessário quando souber seu nome, caso se torne frequentadora, quando a ela se dirigir em outras oportunidades para saudá-la ou por perceber que ela precisa de nova orientação e informação.

Com diálogo amável, objetivo e tom de voz normal, informe e a encaminhe, perguntando para a pessoa quais ajudas necessita e evitando uso de sinais, apontamentos e demonstração dela gerar algum transtorno. Por isso, a importância de não ser somente uma pessoa que esteja na recepção e da equipe estar previamente preparada.

Sendo a pessoa cega, ofereça seu braço, ombro ou pulso para auxiliar em sua locomoção, especialmente quando ela desconhece o ambiente e está desacompanhada por alguém que enxerga. No entanto, deixe a decisão partir dela, pois somente ela sabe como sente-se mais segura e estável: apenas coloque-se ao seu lado e à sua disposição. Não procure um alinhamento, mas deixe que ela fique com a diferença de um passo de distância durante o percurso, para seu tempo de reação acontecer sem constrangimentos de quedas ou batidas caso algum obstáculo exista e quem está conduzindo precise parar.

Informe sobre a chegada em uma possível escada e conduza sua mão livre para o corrimão, tanto na subida quanto na descida. Não puxe pela bengala e a contagem de degraus é totalmente desnecessária: apenas informe se a escada é longa ou não, antecipando o início ou final dela.

Para passagem em corredores e através de portas, verifique se existe espaço para ambos. Se o corredor for estreito, fique à frente e coloque seu braço levemente para trás. Antecipe à chegada, abra a porta e entre sem perder o contato com a pessoa, possibilitando que ela tenha a direção e a segurança necessária.

Para ela sentar-se, coloque a mão dela no encosto ou no braço da cadeira. Sendo um banco, deixe que ela encoste sua perna ou joelho e informe a direção (frente ou lado, usando direita ou esquerda e não 'para lá" ou 'para cá').

A pessoa com baixa visão talvez não necessite de todas estas medidas de ajuda, mas sempre é conveniente perguntar para ela o quanto enxerga e que forma de auxílio precisa, porque existem vários graus e diferentes maneiras de enxergar.

A dinâmica e a duração da atividade precisam ser informadas tanto para a pessoa cega como aquela com baixa visão quando for a sua primeira vinda ao Centro Espírita. Toda vez que a ela seja entregue alguma mensagem, papel ou qualquer outro documento, informe sobre a que se refere e também fale sobre as informações que se encontram em algum quadro de avisos ou cartazes.

Alguns outros detalhamentos irão sendo gradativamente conhecidos, mas os fundamentais estão aqui registrados para o estabelecimento de um vínculo fraterno e solidário, tanto quanto para a estruturação de uma relação mais harmoniosa e factível.

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