“Ergueu-se o véu”! Por que o Espiritismo nos felicita a existência?
- fergs
- 30 de jul.
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Lizarbe Lisboa Mesquita Gomes

É muito comum ouvirmos a afirmação de que o Espiritismo nos felicita a existência. Podemos verificar a veracidade desta afirmação de múltiplas formas.
A começar pelo fato de que o ensino proveniente dos Espíritos busca reviver os conceitos, a simplicidade, a verdade e a essência dos ensinamentos de Jesus. Esta ideia é reforçada por Emmanuel, no livro O Consolador, no qual, indagado se devemos reconhecer no Espiritismo o Cristianismo redivivo, ele responde:
“O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus que, pela voz dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelece a verdade e levanta o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.” (1)
Ao fazer com que “os homens despertem para a era da grandiosa compreensão espiritual com o Cristo”, oferece elementos para tornarmos a nossa existência plena de esperança, confiança, alargando nossa compreensão sobre a grandiosidade da missão do Cristo levantando o véu que por muitos séculos nos impediu de entender com clareza a importância e a beleza da sua presença entre nós.
O espírita, todavia, não é nenhum privilegiado em relação à compreensão desta verdade, posto que ela está ao alcance de quem desejar conhecê-la.
E assim, fazendo ressurgir a Doutrina do Cristo, resplandecente ante nossos olhos o Espiritismo traz felicidade ao nosso viver ao enfatizar o despertar de atitudes e práticas que suavizam nossa jornada terrena, tais como: caridade, amor, justiça, perdão, recomeço, continuidade da vida, confiança na Justiça Divina, tudo esclarecido à luz da razão.
“Ergueu-se o véu!” enfatiza Kardec em o Céu e o Inferno para logo prosseguir afirmando:
“o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo”. (2)
Sem dúvida, os Benfeitores da Humanidade souberam identificar o justo momento de erguer o véu e demonstrar o resultado de nossas ações a nos garantir felicidade ou amargura no retorno à verdadeira vida e, principalmente, nos fazendo entender que o momento de agir e corrigir rumos é agora! Percebemos que os conhecimentos adquiridos proporcionam renovação e progresso tanto para nós como para a comunidade na qual somos chamados a viver.
A aquisição paulatina e constante do conhecimento espírita felicita-nos a existência ao nos fornecer muitos elementos para melhor lidarmos com a frustrações, reveses, decepções e sofrimentos tanto físicos como morais mostrando-nos uma forma mais lúcida, lógica e justa de compreendê-los e, assim, podermos avançar com segurança e com destemor sem nos sentirmos abandonados ou injustiçados.
Neste sentido, encontramos em O Evangelho segundo o Espiritismo a seguinte consideração:
“O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.” (3)
Desta forma, possamos seguir confiantes em nossa capacidade contínua de aprender, de superar nossas fragilidades, tendo a certeza do amparo de Deus em nossas ações. A prática do bem em todas as situações indica sempre o rumo do progresso em benefício de todos. Sempre é tempo de permitir que o conhecimento espírita venha a felicitar a nossa existência!
Referências:
(1) XAVIER, Francisco C. pelo Espírito Emmanuel, O Consolador, 29ed, FEB Brasilia, 2015
(2) KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno, cap 2 item 10, 35 ed, FEB, Brasilia, 1988
(3) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap 6 item 4, EME, Capivari/SP, 2013
Lizarbe Lisboa Mesquita Gomes é servidora pública estadual, estudante e colaboradora na divulgação da Doutrina Espírita. Iniciou seus estudos na cidade de Pelotas/RS, no Centro Espírita Paz Luz e Caridade, atuando na área da mediunidade e nas exposições doutrinárias. Atualmente é trabalhadora da Sociedade Espírita Círculo da Luz/ Osório-RS.
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