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Colaborações inclusivas no Parkinson

  • Foto do escritor: fergs
    fergs
  • 26 de mai.
  • 3 min de leitura



Sonia Hoffmann

 

Rápida contextualização da representatividade do Parkinson na vida de alguém é importante para breve entendimento, pois médicos e demais profissionais de saúde é que realmente devem ser os responsáveis pelo seu diagnóstico e tratamento. No entanto, a abordagem deste tema precisa ser trazida para uma reflexão inclusiva, porque pelas estratégias includentes e pela ação fraterna encontrada na instituição espírita, muitas pessoas acometidas não apenas sentem-se acolhidas como, igualmente, mais confortáveis e podem, como consequência, ter alguma demora no avanço das complicações, sequelas e dos demais agravos físicos, psicológicos e sociais trazidos por sua condição.

Em linhas gerais, o Parkinsonismo é uma doença neurológica decorrente da falta ou redução de dopamina enviando informações para o corpo físico, afetando os movimentos da pessoa, causa gradual de tremores em um ou ambos os lados do corpo e rosto, lentidão de movimentos, postura com inclinação frontal, rigidez muscular (mesmo fisionômica), desequilíbrio, além de alterações na escrita e no ritmo e modulação da fala.

Os tremores normalmente se intensificam quando a pessoa fica nervosa, tensa ou estressada, mas podem ficarem reduzidos e até desaparecerem momentaneamente quando ela está completamente descontraída. Como não existe cura para a doença, alguém com Parkinson possivelmente encontra substancial auxílio para o atraso da evolução do seu quadro clínico se receber e sentir bem-estar em suas interações desde que as mesmas contenham efetiva empatia, solidariedade e compreensão que a ajudem não somente no convívio com a doença, mas também com o enfrentamento das dificuldades advindas desta situação neurológica.

Medidas adotadas para melhor conforto na circulação pelo ambiente, como a utilização de rampas, corrimão, piso antiderrapante, uso seguro de pias, torneiras com manuseio acessível (em alavancas laterais ou superiores), vasos sanitários com barras de apoio e porta-papel em pedestal (com base fortalecida) possibilitam que a pessoa sinta-se com melhor autonomia, protegida e visualizada em suas necessidades de manter o melhor equilíbrio desejável e sem constrangimentos por quedas delas próprias ou de objetos. Cadeiras com assento, espaldar e apoios confortáveis e acolchoados e altura que facilitem a fixação adequada dos pés permitem que ela mantenha mais atenção a palestras e cursos sem que o desconforto sirva de gatilho para o surgimento de dores limitantes e intensificação nos tremores.

O convite para a participação em alguma atividade cultural coletiva (como coral, por exemplo), podem servir como estímulo para esta pessoa com Parkinson manter o máximo da sua capacidade de articulação vocal o mais preservada possível. Contudo, estes oferecimentos e expectativas não devem trazer aspectos de cobranças e rigidez participativa, pois nem sempre ela poderá manter o controle e a responsabilidade de cumprir com alguns compromissos. Assim, a participação em grupos cooperativos, atividades em parceria e ajudas espontâneas representam importantes benefícios para sua autonomia e para o desenvolvimento de sentimentos de não estar sendo um fardo ou alguém que ameace a dinâmica institucional.

Situações de constrangimento precisam ser evitadas. Para isto, o dinamizador da tarefa que a ela venha a ser ofertada deve manter isolada e previamente diálogo franco sobre as suas reais possibilidades, vontade de exposição, informações atualizadas sobre alguma evolução da doença, recolha de informes sobre os procedimentos que a auxiliem efetivamente na realização de atividades desde as mais simples quanto aquelas complexas. Por exemplo, copos e xícaras com base quadradas e pegadores mais largos e afastados, sem o líquido rente à borda, objetos de escrita contendo engrossadores, folhas de papel com fixação em pranchas podem parecer medidas bastante elementares, porém são de grande eficiência não somente para evitar desconforto quanto para a manipulação.

Como assinala a Dra. Ana Quintana (2024), saber como chegar e proceder com o ser humano sem machucá-lo, constrangê-lo, nem feri-lo no caminho é essencial. Para tal, preciso se faz aguçar nosso olhar, sermos capazes de conversar sobre o que nos assusta e assusta ao outro. Somente seremos tratados da maneira como queremos e precisamos se alguém nos perguntar como queremos ser tratados. Da mesma maneira, devemos fazer essa pergunta às pessoas de quem cuidamos e com quem convivemos, as ouvindo com ouvidos bem abertos.

Assim, a pergunta mais inclusiva que pode e deve ser feita para alguém vivenciando situação de doença, transtorno ou qualquer outra diferença é: “como posso colaborar para o teu bem-estar e a melhor maneira de agir interativamente para evitar qualquer constrangimento?”

O estabelecimento de conexões e ações inclusivas, que respeitem a individualidade e a dignidade de quem quer que seja são fundamentais para a melhoria da saúde mental e espiritual de todos os componentes da sociedade, garantindo profundos avanços no progresso moral e intelectual da humanidade, grande objetivo da reencarnação.

 

Referências

ARANTES, Ana Claudia Quintana. Cuidar até o fim. Rio de Janeiro: Sextante, 2024. [recurso digital]

DOENÇA de Parkinson. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-parkinson/. Acesso em: 14 abr. 2025.

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