Os Espíritos Contaram - Nota Bibliográfica
O mestre Allan Kardec, em sua Revista Espírita de 1865, dedica um belo artigo ao tema "Romance Espírita". Kardec escreve aquele texto mobilizado por um fenômeno muito interessante em torno da Doutrina dos Espíritos: passaram a surgir obras de cunho espiritualista de literatos renomados que abordavam a temática espírita.
A esse respeito, chegou a afirmar o mestre: "Podem fazer-se romances sobre o Espiritismo, como sobre todas as coisas. Dizemos até que quando for conhecido e compreendido em sua essência, ele fornecerá às letras e às artes fontes inesgotáveis de deslumbrante poesia."
O Espiritismo é fonte de uma poética sensível, elevada e instrutiva para autores encarnados, tanto quanto desencarnados, e o gênero denominado por romance, bem fundamentado, pode traduzir profundos ensinamentos ao mesmo tempo em que colabora com o leitor em sua busca de lazer conjugado ao esclarecimento.
Tive a alegria de ver e ouvir algumas dessas páginas, ditadas por diversos Espíritos, à Maria Elisabeth Barbieri na reunião mediúnica em que colaboramos.
Páginas de beleza, moral elevada e ética cristã que dão luz espiritual sobre o caminho percorrido pelos simples da Terra, o papel renovador de provas exigentes e expiações dolorosas. Igualmente, as conclusões filosóficas da obra evidenciam às nossas consciências a máxima kardequiana: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.
A médium dispensa apresentações, haja visto os relevantes serviços prestados ao movimento espírita gaúcho e nacional. Sua perseverança no labor mediúnico junto aos sofredores dos dois planos, anos a fio, é fonte de inspiração nobre aos médiuns, novatos ou mais experientes. Já presidiu a Fergs e hoje atua na Vice-Presidência de Unificação.
Publicada pela Fergs Editora, a obra é um convite interexistencial para compreendermos a dinâmica da lei de ação e reação em nossas trajetórias.